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A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
O Brasil tem sido pródigo no trato com suas mulheres. As estatísticas de lesões corporais, estupros e mortes são macabras, e a maioria dá margem a grandes reflexões.
Bater numa mulher ou violentá-la, creiam, é a maior das ofensas humana. É a violência carnal. É a ruindade, cometida contra o ser que foi concebido com o dom divino de germinar a vida. O ato é covarde, é nojento, e merece repúdio. É a matriz parida do desamor. Carece, portanto, reparo vigoroso à vítima e punição exemplar ao ofensor.
Ferir ou matar uma mulher, qualquer que seja a razão, mesmo que psicologicamente, é uma forma brutal de buscar solução de problemas nas searas da paixão e do orgulho; é a carnalidade ultrapassando os lindes da indecência; é o desapreço extremo que se empresta à vida de outrem, pelo simples fato de ser mulher, como objeto de posse e usufruto de seus companheiros.
Sinceramente, é inadmissível, em pleno século XXI, expandir-se tanta violência contra as mulheres. É como se estivéssemos retornando aos tempos atemporais da chamada promiscuidade primitiva, onde a mulher era “rés”, ou quem sabe, na era moderna, adentrar no coração da China, onde as crianças nascidas mulheres eram mortas pelas próprias mães, por força da orientação do Estado. Cruz credo!
O caso é sério, e urge a devida atenção.
Então, se o momento é de luz e fervilha a discussão do tema, saudemos o sol, iluminando as autoridades, a fim de que encontrem soluções realmente eficazes para debelar esse mal que se instalou. Para isso, vamos engrossar fileiras e perenizar a defesa do espaço já dignamente conquistado pelas mulheres, nos unindo ao movimento cívico em prol da diminuição desses horrores cometidos contra o ser feminino.
Vamos fazer cara feia, como tem feito o promotor de justiça Heverton Aguiar, a esses pseudo homens, insensatos, que violentam suas companheiras, debatendo esse tema nos lares, nas igrejas, nas repartições públicas, nos mercados, nas feiras, na Assembléia Legislativa, nas câmaras municipais, nos gabinetes dos políticos, dos empresários e dos governos estadual e municipal.
Vamos, de uma vez por todas, entender que a mulher é a mais bela invenção de Deus aqui na terra, e já se incorporou, de há muito, aos avanços sociais do nosso tempo, dando nossas mãos no enfrentamento dessa realidade cruel que vemos nas estatísticas, que nos mostram uma sociedade ainda cega para esta nova realidade.
Vamos nos ombrear na convicção de que podemos destruir essas e tantas outras mil mazelas que cercam o dia a dia da mulher, como o desconforto da ausência de um plano corajoso de combate ao álcool e às outras drogas – as maiores matrizes da violência doméstica. Neste aspecto, as principais vítimas são as mulheres, mães e esposas, fragilizadas pelo coração frente à dramaticidade das situações que elas enfrentam com os filhos “desencaminhados” e os companheiros raivosos.
Vamos dizer às mulheres do meu tempo: vocês, filhas, irmãs, mães e esposas, revelaram uma capacidade fantástica de parceirizar conosco em todos os sentidos, e implodiram a túnica vergonhosa do tempo do machismo, para serem as grandes expoentes, dando um novo norte às nossas vidas.
Reconhecendo essa importância singular, como estrelas no palco dos homens, faz-se mister aplaudi-las, e não espancá-las nem matá-las, posto que se igualam e, freqüentemente, nos superam em todos os sentidos.
Só assim, haverá esperança na aceitação desse mergulho da mulher na vida do homem contemporâneo, onde está sendo gestado um novo ser para a nossa sociedade, e contra ele diminuirão os despudores, a violência doméstica, o feminicídio e a degradação que o tempo se lhe impôs, prevalecendo, enfim, o bom trato e o bom senso, regados pelo carinho e a atenção.
A ordem, então, é de criarmos uma sociedade de homens, não de “machos”, e juntarmos forças e expulsarmos de nós a insanidade de sermos os “donos” do mundo com as nossas mulheres.
O momento é de expungir a deselegância gerada no céu dos tempos contra as mulheres. E nessa reflexão lembramos que somos nascidos de uma mulher, que no sacrifício divino, nos trouxe ao mundo no trenó de Deus.
Deixo aqui um apelo ao homem do meu tempo, com quem falo: olha para o infinito e dimensiona o andar da existência!
Viestes de uma mulher, fizestes um consórcio de proliferação da vida com uma mulher; às vezes, tens uma irmã ou uma filha mulher. Ficarias ou não uma “fera” com quem as agredisse?
Nessa vigilância contínua, abraça-as, protege-as, guarda-as como um tesouro e cuida-as com ardor, irriga-as todos os dias, posto que as mulheres são as sementes do mundo, e não podem mais ser tangidas pela truculência dos insanos.
Que triunfem o amor, o carinho e a inteligência!
Por Arimar Souza de Sá, jornalista e advogado (Rondonoticias)