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Congresso volta segunda, mas parlamentares retornam antes para articular
A retomada das atividades legislativas no Congresso foi adiada de 2 de fevereiro para a próxima segunda, mas isso não significa que a semana será parada. O foco do presidente Michel Temer, junto aos ministros palacianos e lideranças da base, é reunir-se para debater e articular a aprovação da reforma da Previdência, marcada para ser votada em 19 de fevereiro. Outro assunto que deve mobilizar os encontros é a derrubada do veto presidencial ao programa de refinanciamento de dívidas tributárias das micro e pequenas empresas, o Refis do Simples. O presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos, negociará pessoalmente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), a inserção do veto na pauta.
Os encontros pela reforma da Previdência serão arquitetados pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun. O auxiliar de Temer espera uma boa adesão dos parlamentares. Por causa do fim do recesso, a expectativa é de que muitos venham a Brasília participar das reuniões. As conversas com os líderes já estão sendo feitas por Marun nas últimas semanas, mas, na maioria das vezes, por telefone. A diferença de tom agora é por um papo “mais direto”. “A ideia é buscar algumas certezas sobre os votos. Praticamente, não existem mais dúvidas sobre a necessidade da reforma. E nós esperamos que eles venham com esse espírito de, pelo menos, aceitar a possibilidade de votar”, comenta.
O governo está otimista de que ouvirá atualizações positivas dos parlamentares sobre o apoio popular à reforma. Como passaram as últimas semanas em contato com as bases nos estados, a expectativa no Planalto é de que a população esteja mais receptiva em relação à proposta. Atualmente, Marun contabiliza 275 votos a favor, mas trabalha para convencer outros 60 indecisos nos partidos aliados. As lideranças, no entanto, levarão mais do que avaliações, muitos querem apresentar propostas ao texto, de relatoria do deputado Arthur Maia (PPS-BA).
Marun garante que o governo está aberto ao diálogo, mas cobra que novos votos venham com as atualizações. “Queremos discutir com pessoas que admitem a possibilidade de votar a reforma, e que sabem que não abrimos mão da idade mínima e de uma aposentadoria igual para todos”, destaca. O deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF) é um dos que querem alterar o texto. Depois de divulgar um vídeo explicando por que é contra a proposta, Rosso pretende levar a Temer sugestões de regra de transição para servidores públicos e na pensão por morte. “Vou apresentar as sugestões para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o relator Arthur Maia e diretamente para o presidente (Temer)”, afirma.
Fonte: Correio Braziliense